Em uma escalada preocupante de repressão religiosa, o regime iraniano prendeu ao menos 43 cristãos nas últimas semanas, logo após o cessar-fogo com Israel. O Ministério da Inteligência do Irã conduziu as detenções em diversas cidades. As ações fazem parte de uma campanha mais ampla contra minorias religiosas — especialmente convertidos do islã ao cristianismo.
As autoridades não divulgaram formalmente as acusações contra os detidos, mas relatos indicam que as autoridades prenderam muitos por possuírem Bíblias ou realizarem cultos privados.
Decisões judiciais anteriores revelam que magistrados iranianos consideram o cristianismo evangélico uma ameaça à ordem islâmica, à estrutura familiar e à soberania nacional.
Entre os casos mais alarmantes está o de Aida Najaflou, uma cristã convertida de 43 anos. As autoridades mantêm Aida presa porque ela não conseguiu pagar a fiança estipulada para sua libertação. Em uma gravação divulgada recentemente, Aida descreveu as condições degradantes na prisão feminina de Qarchak, para onde a transferiram junto com outras 60 detentas.
Aida responde a várias acusações, incluindo “propaganda contra a República Islâmica” e “conluio”, pelo simples ato de orar, realizar batismos e compartilhar conteúdo cristão nas redes sociais. Além disso, a Bíblia que ela possuía foi citada como prova de crime em seu processo.
Após um ataque aéreo atingir a prisão de Evin, em Teerã, as autoridades transferiram ao menos 11 cristãos detidos naquele local para outras unidades. No entanto, ainda não localizaram alguns deles. O paradeiro desconhecido levanta sérias preocupações sobre desaparecimentos forçados e violações sistemáticas de direitos humanos.
Organizações internacionais e especialistas da ONU vêm denunciando a repressão crescente contra cristãos no Irã. Apesar da pressão internacional, o governo iraniano segue utilizando a intimidação como forma de conter a liberdade de crença e silenciar vozes dissidentes.
Com informações de Portas Abertas